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Breve historico sobre o judô e a ludicidade




O Judô, esporte criado através de uma arte marcial denominada jujutsu, foi criado através de um olhar especifico de um professor de educação física cujo nome era Jigoro Kano, praticante da arte do jujutsu que a partir de longos estudos criou o Judô, uma forma de luta mais suave.
Segundo Kano (1986, p.19), muitas artes marciais eram praticadas no Japão durante a sua era feudal, artes que faziam uso da lança, de arco e flecha, de espadas e de muitas outras armas, o Jujutsu era uma dessas artes, também chamado de taijujutsu e de yawara. Era um sistema de ataque em que se podia arremessar o oponente, bater nele, chuta-lo, apunhala-lo chicoteá-lo, estrangula-lo, torcer-lhe ou entortar-lhe os membros e imobiliza-lo e, esse sistema também ensinava as defesas para tais ataques. Apesar de as técnicas do jujútsu serem conhecidas há muito tempo, só depois da segunda metade do século XVI ele passou a ser praticado e ensinado de maneira sistematizada durante o período Edo (1603 – 1868), o jujútsu se desenvolveu e tornou-se uma arte complexa, ensinada pelos mestres de muitas escolas. Após muito tempo idealizando o Judô, Jigoro Kano nos fez entender que a prática da modalidade requer um tempo mais de aprofundamento para o entendimento da prática, através dos estudos que foram aprofundados dentro do budô e da filosofia humana.
Segundo Roza (2010, p. 22) O Judô foi idealizado com bases científicas em 1882, no Japão pelo professor Dr. Jigoro Kano, após observar as artes marciais com finalidade guerreira, o que fazia que seus adeptos se tornassem mais agressivos e violentos. Resolveu, então, idealizar uma verdadeira filosofia de vida, por meio de um sistema de ataque e defesa, que tinha como maior objetivo aproximar as pessoas pela prática desportiva, preservando, assim a integridade do ser humano.
Segundo Godim, (2012) é importante sabermos que conceituar o Judô é algo um tanto complexo já que depende de variáveis, principalmente a que relaciona a prática ao campo de intervenção do Judô. Sobre isto, podemos afirmar que o Judô pode tomar diversas vertentes, atuar em diversos âmbitos e apresentar várias finalidades, são exemplos: perspectiva educacional (escolas); competitiva (clubes, academias e associações); saúde (para melhora da aptidão física); reabilitação (idosos e crianças); prática mental e filosófica; projetos sociais (massificação do Judô preconizado por Kano); Universidades (currículo acadêmico de Educação Física) e esporte adaptado à deficientes (cegos e portadores de síndrome de Down).
O Judô tem em seus fundamentos técnicos e filosóficos todo o perfil cultural do povo japonês, e neles, estão incorporados processos educacionais que não devemos simplesmente importar ou copiar. Essa prática deve ser planejada visando o sistema educacional brasileiro e a realidade social do aluno. De acordo com o mesmo estudo, os imigrantes japoneses que trouxeram para o Brasil a prática do Judô, além de suas técnicas, deixaram também como “herança” traços de uma cultura de disciplina rígida e autoritária da época dos antigos samurais. Assim, é necessário que haja reflexão sobre as formas usadas em aulas para que se rejeite o autoritarismo ainda latente na prática deste esporte. O Judô é atividade muito rica em oportunidades educacionais, mas ainda está impregnado de traços culturais tradicionais que são contrários à educação para a democracia. (GODIM, 2012).
            Através do ensino de lutas, especificamente o judô, se acredita que é possível aprimorar e desenvolver aspectos cognitivos, psicomotores e morais. (SILVA, 2010).
 Segundo Arruda (2006) Um dos principais acontecimentos educativos dentre as abordagens que permeiam a cultura corporal do movimento se faz no conhecimento e no reconhecimento de si próprio. Na leitura de um corpo repleto de possibilidades, fruto de sua individualidade com, acima de tudo, expressividade.
 Com a prática do Judô, os alunos aprendem a discernir os seus defeitos e as suas qualidades, aprende a conhecer a si própria e aos colegas e acima de tudo aprende a disciplina, a estimar os companheiros, a progredir com eles, encontra um escape para a sua energia, sua turbulência e a sua agressividade.
 Conforme propõem os Parâmetros Curriculares Brasileiros (PCNs). Quando bem orientada, essa prática pode trazer inúmeros benefícios para crianças e adolescentes, contribuindo em sua formação integral nos aspectos motor, cognitivo e afetivo-social. (GALATTI, 2010)
 A prática do Judô na Educação é uma atividade em crescimento constante, observamos os aspectos da cultura Japonesa, a disciplina, lealdade, compromisso pessoal e filosofia. Estes são aplicados à melhoria em termos educacional. Mesmo com um resultado positivo.

Figura 01 – Plano de aula (adaptado de BORGES, 1996)

O judô quando iniciado na segunda parte da infância, período que vai de 3 a 7 anos de idade contribui de uma maneira essencial para a criança, através de muitas atividades lúdicas, jogos de oposição e jogos de combate a criança desenvolve muitas valências físicas e desenvolve a questão motora.
Segundo Baptista (2003), para as crianças de 7 a 9 anos de idade, o foco da aprendizagem deve ser o desenvolvimento da coordenação e do equilíbrio; dos 10 anos até o início da puberdade, as crianças necessitam de um melhor domínio corporal, podendo a partir daí, trabalhar atividades que requeiram maior orientação espaço-temporal. As técnicas básicas do judô como rolamentos, quedas, entradas de golpes, imobilizações e a luta, propriamente dita, são meios de procedimentos que auxiliam no desenvolvimento motor e melhoram as habilidades dos alunos.
Através das questões aplicadas, sabemos que crianças de 04 a 14 anos devem ser muito bem trabalhadas as questões motoras e cognitivas, visto isto devemos focar muitas vezes em atividades lúdicas, que servem como um grande auxilio e um ótimo suporte para a iniciação da criança na modalidade.
Segundo Roza (2010) no processo de ensino nas faixas etárias iniciais o professor deve-se preocupar-se em brincar, ou seja, falar a língua do aluno. Para a aula ser bem-sucedido, é importante o professor ter a percepção do mundo da criança, para tanto, deve estar antenado no que acontece no universo infantil e entender a preocupação de ensinar deve ser constante e que o ensino deve ser continuo e crescente. Logo depois desse processo, a queda passa a ser objetivo principal, e deve ser ensinada utilizando as metodologias que incluem as brincadeiras lúdicas.
Os aspectos cognitivos e afetivos são pontos chaves no ensino do judô, fazer-se dele essencial é tarefa objetiva e clara do professor, pois além de estarem aplicado um esporte de luta, também praticam uma arte marcial. A partir disto deve-se levar em conta todo seu contexto cultural e objetivo, cujo e pautado pela disciplina, respeito e caráter. Estes dois aspectos são ensinados a partir desta cultura, a pratica do judô em um todo deve estar sempre relacionado ao seu aspecto histórico e cultural.
Segundo Baptista (2003). A principal tarefa do professor, em valorizar ainda mais os aspectos afetivo, é de extrema importância em relação a socialização e a formação da personalidade. Tentar passar para as crianças que não devemos fazer com os outros aquilo que não gostaríamos que fizessem com a gente, é importante e um modo simples que ajuda a compreender e a respeitas o próximo.
A essência do lúdico pode contribuir para o processo de desenvolvimento de ensino-aprendizagem do judô facilitando a aquisição de novos conhecimentos. O importante nessa discussão é que a ludicidade, vista até então como alguma coisa sem muita importância no processo de desenvolvimento humano, hoje é estudada como fundamental no processo, fazendo com que cada vez mais se produzam estudos de cunho científico para entender sua dimensão no comportamento humano para que se busquem novas formas de intervenção pedagógica como estratégia favorecedora de todo o processo. (ARAUJO, 2005)
Qualquer que seja a atividade física, ela pode e deve ser lúdica, mas é de suma importância que oriente o aluno no sentido das descobertas de si mesmo, o que por si só é libertador, ao ampliar de forma considerável o seu mundo interno e sua existência. (SUGAI, 2000, p.115).





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